Tumores Músculo-esqueléticos
Os tumores
músculo-esqueléticos são tumores que se desenvolvem nos ossos e nas
partes moles - constituídas pelo tecido de sustentação, exceto tecido
ósseo e tecido epitelial (tecido que reveste a superfície externa do
corpo, os órgãos e as cavidades corporais externas).
São tumores
abordados pelo ortopedista oncológico, que junto com uma equipe
multidisciplinar, irá realizar o tratamento adequado para cada tipo
específico de tumor. Os tumores ósseos são bastante raros, representam
cerca de 1% de todos os tumores.
Os principais tumores ósseos são conhecidos como: osteossarcoma, sarcoma de ewing e condrossarcoma.
O Osteossarcoma
é um tumor maligno formador de osso. É o segundo tumor ósseo primário
mais comum, atinge a população na faixa etária de 10 a 20 anos. Aparece
principalmente na região do joelho, porém pode comprometer qualquer
osso. No início, a lesão pode não ser de fácil diagnóstico, pois os
sintomas não são específicos e a presença de massa palpável e aumento de
temperatura local podem aparecer em fases mais avançadas. Por isso, a
atenção do ortopedista deve ser redobrada quando existir uma dor de
origem não traumática em adolescentes e que persiste ao longo do tempo.
O
diagnóstico definitivo do osteossarcoma deve ser feito com a história
clínica do paciente, exames de imagem e com o exame anatomopatológico
realizado através da biópsia da lesão.
O tratamento pode ser
realizado com a quimioterapia neo-adjuvante (antes da cirurgia),
cirurgia para ressecção do tumor (com a preservação do membro ou não) e
uma quimioterapia adjuvante (após a cirurgia).
Sarcoma de Ewing
é um tumor maligno da medula óssea, sendo também o terceiro tumor ósseo
primário maligno mais freqüente. Atinge indivíduos na segunda década de
vida (80% dos pacientes tem menos que 20 anos) e acomete
preferencialmente a diáfise (parte do osso que tem crescimento primário)
de ossos longos.
Os sintomas mais comuns são dores e aumento de
volume que geralmente é acompanhada de sintomas sistêmicos como febre,
anemia e os exames laboratoriais que se assemelham a uma infecção, o que
pode ser facilmente confundido com uma osteomielite (infecção do osso).
O tratamento do Sarcoma de Ewing é realizado com quimioterapia
neo-adjuvante, cirurgia e/ou radioterapia e quimioterapia adjuvante.
O Condrossarcoma
é um tumor maligno produtor de cartilagem. É um tumor que atinge
indivíduos na terceira e quarta décadas de vida, entre 21 e 40 anos de
idade. Devido à localização (fêmur proximal, bacia e úmero proximal) e o
crescimento lento, muitos pacientes procuram o tratamento apenas quando
tumor apresenta grande volume. Como é um tumor de crescimento lento, o
tratamento é quase que exclusivamente cirúrgico, ficando a quimioterapia
e radioterapia somente para casos isolados.
Sarcomas de Partes Moles
São
os tumores malignos que atingem o tecido de sustentação (exceto tecido
ósseo e o tecido epitelial), ou seja: músculo estriado, tecido adiposo,
tecido conjuntivo fibroso, tecido neural periférico e vasos linfáticos e
sanguíneos, principalmente em membros inferiores (coxa e perna), 60%
dos casos. São tumores raros, cerca de 1% de todos os tumores malignos
no adulto e 6,5% nas crianças, sem diferença para sexo e raça. Existem
mais de 50 subtipos histológicos, sendo os mais comuns o Lipossarcoma,
Fibrossarcoma, Sarcoma pleomórfico, Leiomiossarcoma e em crianças o mais
comum é o Rabdomiossarcoma.
Os Sarcomas de Partes Moles
geralmente apresentam-se como uma massa palpável (aumento de volume
local), às vezes seguida de dor, principalmente nos tumores de grande
dimensão. O diagnostico é feito com a história clínica do paciente
associada a exames de imagem e anatomopatológico.
O tratamento é
individualizado, levando em conta o estádio clínico da doença e o
subtipo histológico de cada tumor. A cirurgia é quase sempre indicada,
às vezes, associada à radioterapia e quimioterapia.
Cirurgias Oncológica para Tumores Músculo-Esqueléticos
A
cirurgia oncológica nos tumores músculo-esqueléticos, deve seguir
algumas etapas, iniciando-se pela biópsia preferencialmente realizada
pelo cirurgião responsável pela cirurgia. A cirurgia com a finalidade
curativa (também conhecida como cirurgia com margem oncológica) deve
seguir alguns princípios. A ressecção (retirada) do tumor deve sempre
ser completa, efetivando também, a ressecção com uma margem de segurança
com tecido sadio, mesmo que isso custe ao paciente uma amputação do
membro.
Hoje, o conceito de preservação de membro em cirurgia
oncológica é bastante conhecido e deve ser indicado sempre que o
resultado funcional for superior ao de uma amputação. Existem várias
técnicas e materiais criados para fazer a reconstrução do defeito criado
pela ressecção do tumor. Quanto aos tumores de partes moles, às vezes, é
necessário fazer reconstrução com transferência de tecidos para
restaurar as funções dinâmicas. Nos tumores ósseos essas substituições
são feitas por endoproteses (próteses internas) não convencionais,
sínteses biológicas como auto-enxerto (quando usamos um seguimento ósseo
do mesmo paciente para reconstruir o defeito ósseo da ressecção do
tumor) e homoenxertos (obtidos através dos doadores de cadáveres com
bancos de ossos).
Alguns tumores se desenvolvem em lugares que
comprometem estruturas importantes e a amputação acaba sendo o melhor
método de cirurgia curativa. Ao contrário do que muitos acreditam, a
amputação é um método de tratamento em oncologia para preservar a vida
do paciente e não um sinal de perda ou derrota no tratamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário