O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos na
população mundial e, em 90% dos casos, é causado pelo tabagismo.
O que é câncer de pulmão?
Câncer de pulmão é um tumor maligno que se inicia em um dos pulmões.
Como acontece com vários tumores, após exposição aos fatores de risco,
uma célula normal do pulmão sofre uma mutação em genes específicos que
estão relacionados à multiplicação celular. Essa mutação faz com que
essa célula se multiplique descontroladamente, levando à formação de um
conglomerado de células - o câncer. Esse conglomerado de células possui
características específicas, diferentes dos tecidos normais. Uma dessas
características é a capacidade de gerar metástases, que são células que
se “desprenderam” do tumor inicial e foram parar em outros locais do
corpo, onde continuam se multiplicando, gerando novas lesões. Existem
diversos tipos diferentes de câncer de pulmão. Em geral eles são
divididos em dois grandes grupos: “carcinomas células não-pequenas” e os
“carcinomas de pequenas células”. O primeiro grupo é o mais frequente,
sendo os adenocarcinomas e os carcinomas epidermóides os subtipos mais
comuns desse grupo.
Quais são os fatores de risco?
O principal fator de risco é o tabagismo. O tabaco possui mais de
mais de 4000 produtos químicos sendo 60 deles já identificados como
tumorigênicos. O risco é proporcional ao número de cigarros fumados por
dia e ao número de anos de tabagismo. Cerca de 90% dos pacientes com
câncer de pulmão fumam ou já fumaram durante a vida. Dentre a população
que não fuma, o câncer de pulmão é extremamente raro e possui
características específicas, diferentes do câncer de pacientes
tabagistas. A população que não fuma, mas que é exposta à fumaça de
cigarro (tabagismo passivo) apresenta risco aumentado de câncer de
pulmão, que é inferior ao risco daqueles que fumam, no entanto cerca de
25% maior do que aqueles que nunca fumaram. Existem outros fatores de
risco como exposição a arsênio, cromo, asbesto, sílica, cádmio, radônio,
entre outros, mas nenhum deles é tão importante quanto o consumo de
tabaco e seus derivados. História familiar de câncer de pulmão e fibrose
pulmonar também aumentam o risco de câncer de pulmão, em menores
proporções.
Quais são os sinais e sintomas?
Os sintomas são muito variáveis, dependendo da localização do tumor e os sítios de doença metastática. Os mais comuns são:
• tosse (com ou sem sangue)
• falta de ar
• dor torácica
• dificuldade para engolir
• perda de apetite
• emagrecimento
• dor nas articulações
• cansaço
• desânimo
• dor de cabeça
• náuseas / vômitos
• dor nos ossos
Como prevenir este tipo de câncer?
A principal maneira de se prevenir o câncer de pulmão é evitando o
tabagismo. Várias políticas públicas de saúde têm sido realizadas nas
últimas duas décadas com esse objetivo, o que tem se traduzido na
redução da população tabagista no país. Para aqueles pacientes que fumam
ou fumaram, a tomografia computadorizada (TC) de baixa intensidade de
dose realizada uma vez ao ano também está associada à redução de
mortalidade por esse tipo de câncer. É indicada especificamente para
aquelas pessoas entre 55 e 74 anos e carga tabágica maior que 30
maços/ano. O cálculo da carga tabágica é realizado pela multiplicação do
número de maços fumados por dia pelo número de anos de tabagismo. Por
exemplo, um cidadão que fumou 40 cigarros por dia (2 maços) por período
de 30 anos possui uma carga tabágica de 60 maços/ano (2 x 30).
Como é o tratamento?
O tratamento do câncer de pulmão é complexo e exige participação de
várias especialidades médicas (oncologia, cirurgia, radioterapia,
radiologia) bem como vários profissionais de saúde (equipe
multidisciplinar – enfermagem, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia).
Para o adequado planejamento do tratamento é necessário que seja
realizada uma biópsia e a seguir os exames de estadiamento, que têm por
objetivo ver o quão avançada está a doença. Os exames mais
frequentemente utilizados para isso são tomografia, ressonância, PET-CT,
cintilografia óssea, mediastinoscopia, entre outros. Para os pacientes
com doença apenas no pulmão (sem metástases) e particularmente sem
linfonodos (“ínguas”) no mediastino (região entre os dois pulmões) o
tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou
radioterapia. Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos
linfonodos, o tratamento é realizado com radioterapia e quimioterapia ao
mesmo tempo. E para os pacientes que apresentam metástases à distância o
tratamento é realizado com quimioterapia ou, em casos selecionados,
algumas medicações via oral (terapia alvo).
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